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Assessoria de Comunicação HoRa Estudos realizados na HoRa estão inseridos no projeto de pesquisa de caracterização e seleção genética para eficiência alimentar da Embrapa Cerrados.
05/01/2019

HoRa conclui, com sucesso sua primeira prova de Eficiência Alimentar

O teste foi realizado com 169 fêmeas PO no sistema Intergado, instalado na Fazenda Nossa Senhora de Fátima, em MS

A primeira avaliação de eficiência alimentar da HoRa Höfig Ramos foi encerrada no último dia 7 de dezembro, depois de 14 semanas de realização. Nessa primeira prova foram avaliadas 169 fêmeas PO, divididas em dois grupos de acordo com a idade: no grupo 1 estavam fêmeas com média de 15 meses de idade, enquanto no grupo 2 a média de idade foi de 13 meses. As três novilhas destaques de cada grupo apresentaram consumo, em média, 800 gramas a menos que as demais e engordaram 200 gramas a mais que as restantes dos grupos. “Esses são os animais que o produtor busca: comem menos e engordam mais, menos custos, mais lucros”, resume o doutorando em Zootecnia e responsável pelo teste, Adriano Crozara, colaborador do projeto de pesquisa de caracterização e seleção genética para eficiência alimentar da Embrapa Cerrados.

Esse projeto de pesquisa, no qual a HoRa está inserida, é inédito e inovador pois busca associar os marcadores genéticos moleculares que podem estar associados às características econômicas fundamentais de consumo, eficiência alimentar, dentre outras, conforme explica o pesquisador da Embrapa Cerrados, Cláudio Magnabosco,  coordenador do projeto de Eficiência Alimentar e orientador de Crozara.

 

Durante as 14 semanas, a dieta foi formulada simulando um pasto de boa qualidade, para ganhos de até 1 kg/dia. O consumo foi acompanhado diariamente, computando todos os dias considerados normais. “Qualquer dia que não representou um comportamento normal do animal foi descartado para fazer a média do consumo, ou seja, a informação foi muito acurada. Colhendo dados apenas que foram consistentes”, explica Crozara. De acordo com ele, além das pesagens diárias, via balança acoplada aos bebedouros, houve cinco momentos de pesagens no curral: uma inicial, três intermediárias e uma final. “Elas serviram para compor a informação de peso vivo (PV) e ganho médio diário (GMD). Este manejo também foi fundamental para observação mais próxima dos animais e datas necessárias para vacinação”, conta.

Junto a essas informações, também foi feito o monitoramento de imagens e acompanhamento da prova pelo BeefTrader, identificando fêmeas Nelore mais lucrativas. Esses dados são correlacionados com os resultados da eficiência alimentar, possibilitando utilizar destes como mais uma ferramenta de seleção.

O doutorando aponta que, além do Consumo Alimentar Residual (CAR), também tiveram outras informações importantes, geradas a partir dos resultados, tais como ganho residual (GR) e Consumo Ganho Residual (CGR). “O GR segue o mesmo raciocínio do CAR, porém para a característica de GMD, ou seja, identifica o quanto determinado animal está ganhando em peso acima ou abaixo da média do grupo. O CGR visa somar as características do CAR e GR, gerando um índice que permite visualizar aqueles que apresentaram desempenhos melhores que os demais”, explica. Só o CAR, segundo ele, não permite uma informação consistente. “Daí a importância de acrescentar o GMD, por exemplo. Além do consumo e do ganho, foi feito também a avaliação de carcaça por ultrassonografia, as quais já estão sendo analisadas pela AVAL Serviços Tecnológicos para gerar informações de área de olho de lombo e acabamento”, explica.

Os dois grupos testados atingiram ganhos superiores ao calculado pela dieta, em média 0,23 kg a mais do que o esperado. O consumo de matéria seca médio individual por dia permaneceu dentro do esperado, atingindo 2,52% em relação ao peso vivo. No grupo 1, com 84 animais, 13 foram classificados como excelentes (elite); 28 aceitáveis (superior), 29 como baixo retorno (regular) e 14 como possíveis de descarte para essa característica (inferior). No grupo 2, 16 foram classificadas como elite, 25 superiores, 31 regulares e 13 inferiores. “Isso não significa que os animais classificados como regulares e inferiores são ruins. Apenas que, naquele grupo, existem outros que apresentaram melhor desempenho. Se fizermos uma avaliação apenas com animais Elite, ou seja, excelentes para características de Consumo e Ganho, também haverá animais superiores, regulares e inferiores. Por mais que todos sejam bons, alguns serão melhores que os outros”, diz.

A informação gerada será repassada para a base de dados da Associação Nacional de Criadores e Pesquisadores (ANCP), que dará suporte para gerar DEPs (diferença esperada de progênie) de CAR das fêmeas avaliadas, como para todos os graus de parentesco das mesmas. “O CAR é uma característica com herdabilidade considerada de moderada a alta (0,3 a 0,5). A seleção de animais que apresentem características de consumo e ganho superiores à média permitirão progênies com melhores desempenhos, consequentemente que tendem a ser mais lucrativas”, explica Crozara.

A previsão é que a próxima avaliação seja feita em fevereiro, primeiro em animais Nelore PO e, em seguida, nos animais Nelore Genética Pódium. “Nosso objetivo é buscar sempre os melhores animais, com as principais características de produção fixadas em seu genoma. Hoje, a eficiência alimentar é uma das características econômicas mais importantes e procuradas pelos produtores de carne porque reflete diretamente no custo de produção. Animais que engordam mais com menos consumo são mais interessantes para o produtor. Fixar essa característica no rebanho vai torná-lo mais eficiente e com um lucro maior”, explica José Roberto Höfig Ramos, diretor executivo da HoRa Höfig Ramos.

Para o pesquisador e presidente da ANCP, Raysildo Lôbo, hoje já existem duas DEPs (diferença esperada de progênie) para orientar os produtores sobre a eficiência alimentar, a DEP de Consumo Alimentar Residual e a DEP de Conversão Alimentar. “Há mais ou menos seis anos, quando se começou a fazer provas de eficiência alimentar no Brasil, um animal Nelore consumia quase 9,5 quilos de matéria seca para produzir um quilo de carne. Hoje, consome entre 3,5 e 3,7 quilos de matéria seca para produzir um quilo de carne”, aponta.

Segundo Lôbo, a alimentação animal representa cerca de 70% do custo de produção de carne. “Então, com animais que comem menos e engordam mais trazem um impacto econômico positivo na produtividade e lucratividade”, diz. A ANCP não obriga os produtores a realizarem provas de eficiência alimentar para incluir nos índices MGTe mas boa parte dos produtores de reprodutores Nelore PO estão fazendo, segundo o presidente. “O mercado é que está exigindo esse rumo já que é uma maneira de ter maior lucratividade. A HoRa está de parabéns por seguir esse caminho”, explica.

 

Gráfico 1. Consumo de matéria seca (CMS) x Ganho médio diário (GMD) dos animais do Grupo 1.

 

 

 

 

 

 

 

 

Gráfico 2. Consumo de matéria seca (CMS) x Ganho médio diário (GMD) dos animais do Grupo 2.

Os gráficos 1 e 2 representam a distribuição do consumo em relação ao ganho para os 84 animais do grupo 1 e os 85 animais do grupo 2. Estão destacados nas cores verde, azul, amarelo e vermelho animais elite, superior, regular e inferior, respectivamente. Os animais em verde são os desejados, obtendo baixa ingestão e maior ganho. Em azul, os aceitáveis, com alta ingestão, porém com maior ganho. Em amarelo animal de baixo retorno, com baixa ingestão, no entanto com pouco ganho de peso. Em vermelho animal possível de descarte, com alta ingestão e pouco ganho em peso. Numericamente, selecionar animais mais eficientes se torna economicamente